Carta Para Uma Irmã
E depois das nossas discussões e desavenças, eu sempre me pego me recordando de tudo que já vivemos. Lembro-me de quantas vezes brigávamos, discutíamos e dizíamos coisas horríveis uma à outra e que depois de menos de quinze minutos já estávamos juntas de novo, sorrindo como se nada tivesse acontecido.
Mas agora parece que tudo mudou, quer dizer, ainda brigamos, discutimos e falamos asneiras uma a outra, mas já se passaram quinze, trinta, sessenta minutos e ainda não nos encaramos, e as feridas feitas pela briga ainda não se fecharam.
E eu costumo sempre tapá-las com palavras. Algumas que acho soltas no mais profundo dos meus pensamentos, aquelas poucas que já me disse e que me agradou, me alegrou. Mas ainda ficam aqueles vácuos, sabe..aqueles que não é possível ser penetrada nem com as poucas palavras. E antes que eu termine de preenche-las, você volta pior, me dando sempre as costas, me julgando, ficando contra mim em tudo, resumidamente TUDO. É sempre assim.
E eu já me acostumei, mas não sei se vou sempre suportar, se vou conseguir tapar meus ouvidos e fechar os meus olhos para isso. É muito para eu suportar, é de mais pra mim. Porque já não há mais um dia em que não discutimos, nem uma noite que você não me diga coisas pra me magoar, e isso já é tão do seu comum, que você já nem percebe.
O motivo disto? Eu também não sei ao certo, e nem sei se vale a pena realmente eu ter a certeza, porque este motivo, sendo ele qual for não vai deixar de existir nem desaparecer, porque se ele consegue abalar tanto nossa relação é porque de alguma forma ele é importante pra você.
Magoa-me dizer, mas é bom que ele realmente exista e que você também seja de bastante importância pra "ele", pelo menos eu vou poder deixar as feridas se dissiparem normalmente, sem pressa, sem essa minha necessidade súbita de fazê-las sumirem, deixando de me preocupar com a falta que vou lhe fazer.
♪ e até chorar eu já chorei ♫
BY: Carinne Garcia.